quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Título roubado pelos ladrões que conheci outro dia


  Vivemos num grande jogo de perseguidor e perseguido. Os movimentos acontecem num átimo, as informações vêm num piscar de olhos, tudo tão rápido quanto um jogo de ação bem feito, com o objetivo de prender o jogador ao vício (o viver sem desistir) e o deixar tenso a cada segundo. Mas a realidade não é um jogo, só se parece com este. Pois, se morremos no jogo podemos começar de novo, na vida, não há segunda chance, ao menos que se acredite em reencarnação. Mas o carro continua perseguindo o personagem, e o personagem continua a fugir. A polícia continua perseguindo o ladrão, o ladrão perseguindo a pessoa, e a pessoa, a polícia. E é tudo e todo um ciclo vicioso. E o porquê, a finalidade, é sempre algo a mais do que o roubo, do que a cadeia. É o dinheiro, e mais, a falta dele. E continuamos correndo, perseguindo e sendo perseguidos. Matando e sendo mortos. Sofrendo o mal e fazendo o mal. O gato corre atrás do rato, e o rato corre atrás do bicho menor. E continuamos perseguindo os menores e nos enganando, pois não somos perseguidos pelos maiores e sim por nossos semelhantes, nossos amigos, por nós mesmos. Como na perseguição da beleza, na perseguição do poder, na perseguição do dinheiro, na perseguição sempre sem perseguir nada, pois o que levamos para baixo da terra não será mais nosso, será apenas a carcaça, vazia, crua, sem nós.


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